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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Bens bloqueados!

Para garantir a não dilapidação do patrimônio público, que supostamente foi desviado por meio de fraudes e lavagem de dinheiro, réus e alvos investigados pela Operação Ararath, da Polícia Federal, tiveram os bens e contas bancárias bloqueadas por determinação do juiz da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, Jefferson Schneider. A decisão foi tomada na terça-feira (27)  e está em segredo de Justiça, por isso não foram revelados quais os alvos que tiveram os bens bloqueados.

Segundo a denúncia do MPF, Eder de Moraes Dias arquiteou um esquema para utilizar os empréstimos clandestinos com o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior - Júnior Mendonça - a mando e no interesse de investigados com prerrogativa de foro deve ser investigado na instancia extraordinária. A empresa da mulher de Eder Moraes, Laura Dias teria recebido R$ 45,5 mil de Júnior Mendonça em 24 de junho de 2009.

O superintendente do Banco Industrial e Comercial (Bic Banco), o contador Luiz Carlos Cuzziol, preso durante a 5ª fase da Operação Ararath, na noite de terça-feira (20), foi colocado em liberdade na noite de domingo (25). Ele foi preso por força de mandado de prisão temporária (cinco dias) no Centro de Custódia de Cuiabá, instalado no bairro Centro América, conforme confirmação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). 

Há suspeita de participação em um esquema de lavagem de dinheiro beneficiando políticos do Estado.A instituição bancária é investigada pela concessão de empréstimos fraudulentos em Mato Grosso em atendimento aos interesses do ex-secretário de fazenda, Eder Moraes entre os anos de 2009 e 2010. 

Entenda

A quinta etapa da Operação Ararath, deflagrada na manhã de terça-feira (20) pela Polícia Federal em Cuiabá, dá uma noção do tamanho do esquema investigado em Mato Grosso contra crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli revela o funcionamento de uma instituição financeira “pirata” que abastecia campanhas eleitorais, “presenteava” autoridades e viabilizava até a compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado. O “banco clandestino” ainda auxiliava seus tomadores na ocultação da origem de recursos recebidos por empresas privadas.

Sofreram devassas em suas casas e/ou gabinetes nesta terça-feira o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Secopa, Eder Moraes (PMDB); governador Silval Barbosa (PMDB); deputado estadual e presidente afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PSD); prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB); conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Humberto Bosaipo; conselheiro do TCE e ex-deputado estadual Sérgio Ricardo e o promotor de justiça e membro do Gaeco Marcos Regenold Fernandes.

Dos pedidos de busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público Federal e pela Procuradoria-Geral da República, Dias Toffoli só não acatou os mandados contra a casa e a empresa Amaggi, do senador Blairo Maggi (PR), que era governador do Estado durante o período em que o esquema foi identificado, em 2005, e que teria seguido até 2013, já sob a administração de seu sucessor, Silval Barbosa (PMDB). 

As quatro primeiras etapas da Ararath apontam que o empresário Gercio Marcelino Mendonça Junior, o Júnior Mendonça se utilizou de sua empresa de factorind Globo Fomento Mercantil e depois de sua rede de postos de combustíveis Comercial Amazônia Petróleo para operar, sem autorização do Banco Central do Brasil, concedendo empréstimos de vulto a pessoas físicas e jurídicas, com tomada de garantias e cobrança de juros. 

Mendonça optou por fazer delação premiada à Polícia Federal e seus depoimentos, junto ao que já havia sido apreendido nas etapas anteriores da operação, basearam a quinta fase da Ararath.

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