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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Diz a saúde que o leite chega dia 7, mas e até lá?



Mães portadoras do vírus HIV não têm conseguido o leite especial para os filhos, na rede pública de saúde de Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana. O alimento está em falta há três meses. A Secretaria de Saúde de Mato Grosso disse, por meio da assessoria de imprensa, que o leite será repassado às mães na próxima quinta-feira (7).

A contaminação da mãe para o filho pode ocorrer durante toda a gravidez, na hora do parto ou ainda na amamentação. Por isso é importante que a grávida faça uso de medicamentos e substitua o leite materno.

“É grande o risco [de contaminação na amamentação]. Dependendo da carga viral da mãe e da situação da mãe, o risco pode chegar a 35%”, diz a médica ginecologista Marina Azem.

Cerca de 30 mulheres por mês precisam do leite em pó para dar aos filhos na Grande Cuiabá. São aproximadamente 350 latas a cada 30 dias. Cada uma custa em média R$ 33, dinheiro que muita mães alegam não ter. “Eu desespero, já não posso amamentar meu filho e tem a falta de leite aqui. O que eu vou fazer? Eu não trabalho, não posso deixar meus filhos sozinhos em casa”, disse uma mãe, que pediu para não ser identificada.

Ela descobriu o HIV na gravidez do primeiro filho, hoje com 1 ano e 7 meses, e teve o segundo, que tem dois meses. A mulher confessou que já pensou em dar o próprio leite para as crianças. “Mas, eu tenho que pensar na saúde dos meus filhos, né. A saúde deles em primeiro lugar, senão [eles podem ser contaminados]”, afirmou.

A mãe contou ainda que está dando leite de caixinha para o filho, o que não é o alimento ideal para essas crianças, segundo médicos, porque pode levar à desnutrição.

Atrasos
Em Cuiabá e Várzea Grande, o serviço de assistência especializado ampara as mães soropositivas e é também o responsável por repassar o leite em pó especial que é dado para as crianças com até 2 anos de idade que não podem mamar no peito. Mas as prateleiras andam vazias nos últimos meses.

Desde o ano passado, o governo de Mato Grosso deixa de comprar o leite para os recém-nascidos com regularidade. ”Quando a gente vê que o estoque está baixando, e que não vai suprir a necessidade para o mês seguinte, a gente começa a correr atrás. Agora, chegou num ponto que estamos sem absolutamente nada, estamos zerados de leite”, afirmou Marina Azem.

Outro lado
Conforme a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, o motivo na demora da aquisição do leite especial foi o atraso na licitação para compra, que foi concluída nesta semana

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